domingo, 1 de dezembro de 2019


O papel da família numa ação conjunta com a escola
Professor Ricardo Pereira

        A participação da família no ambiente escolar e na vida acadêmica dos filhos tem sido um dos grandes desafios para os professores. A escola é um agente de letramento, mas não o único. A família influencia e contribui com o processo de leitura e aprendizagem. Na culminância do projeto Leitura e Escrita da Onélia Campelo, onde eu trabalho, por exemplo, notamos a ausência de muitos pais no acompanhamento dos filhos e na vida da escola. Os familiares dos alunos não participaram da culminância do projeto, percebendo-se a necessidade de uma parceria mais efetiva entre família e escola.
       Por outro lado, quando o rendimento do aluno não é satisfatório ou o comportamento não é adequado, a coordenação escolar convoca os pais para uma conversa. Contudo, essa mesma escola, não chama os responsáveis para elogiar os alunos que conseguiram bom desempenho educacional.
       Lya Luft, uma das mais consagradas escritora da atualidade, em seu texto O sentido da educação, afirma que “educar não é apenas instruir, ensinar a ler, escrever, calcular. Educar é, deveria ser, antes de mais nada, ensinar a pensar. Ensinar a questionar. Abrir cabeças e preparar para enfrentar a vida (...)". A escritora ainda acrescenta que "é a favor  de uma escola amorosa e alegre, mas onde haja autoridade e hierarquia, e também para os pequenos a professora não seja uma tia, mas uma professora, pois a escola não é, nem deve ser, a família. Pode ser um complemento magnífico, mas jamais retirar da família a responsabilidade inicial da docência, da compostura e do respeito (...)”.
       Muitas vezes, os pais cobram dos professores e da escola resultados que só podem ser conseguidos com a atuação conjunta de pais, mestres e alunos. O modelo de família tradicional mudou. O que se vê hoje é a mãe que tem que assumir o papel de pai e mãe, crianças que vivem com os avós, tios ou até mesmo pai assumindo papel de mãe e pai ao mesmo tempo. Há também a união de duas mulheres ou dois homens educando os filhos.
         Nessas condições, a ausência do pai ou da mãe pode ocasionar a desestruturação familiar, formando crianças sem limites, pais jogando a inteira responsabilidade de educação para a escola. Isso dificulta a atuação dos educadores enquanto sujeitos capazes de formar leitores comprometidos com a leitura, pois, na maioria das vezes, o professor entrar numa classe apática, desinteressada e indisciplinada. Outras vezes, contestadora, dispersa, ou mesmo hiperativa, desatenta. Nessas condições, então, o professor precisa ensinar bem a matéria e motivar os alunos para o aprendizado. E aí fica a pergunta: será que ele consegue?

sábado, 30 de novembro de 2019


Minha experiência com a leitura

        Lembro-me, quando criança, da minha avó Josefa contando histórias no quintal da casa de minha mãe. Aquilo me fascinava! Eu e meus irmãos ficávamos em silêncio ouvindo aquelas “histórias de trancoso”. No final, muitos risos e gargalhadas. Ela sempre terminava as histórias assim: “entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato, mandou o meu senhor rei que contasse outra história”.
        Recordo que fui à escola aos 7 anos. No primeiro dia de aula, chorei tanto que minha mãe me trouxe de volta para casa. Mas a minha professora Lindinalva, da 1ª série, me cativou pela sua ternura e paciência com a turma. As histórias que ela lia foram abrindo a minha mente para o mundo mágico da leitura. Ela colocava a turma em círculo e fazia uma “roda de leitura”. Guardo na minha memória a turma do "Sitio do Pica-Pau Amarelo", de Monteiro Lobato, "O Pequeno Príncipe", de Saint Exupérry, e "O Menino Maluquinho", de Ziraldo. Essas obras marcaram  a minha vida de estudante. Para mim, a leitura possibilita momentos de prazer e de aprendizado. E isso eu tento passar aos meus alunos.
        Hoje, eu fico colecionando obras que saíram em filmes para utilizar na sala de aula com meus alunos. Mostro a eles que, além de assistirem ao filme,  precisam também ler as obras. Afinal, o filme seria pequeno demais para contar toda a história que a leitura nos proporciona. Nos livros, temos a obra original, sem nenhum corte, adaptação ou censura. Já os filmes, há diversos fatos e personagens que acabam sendo omitidos em adaptações.
       Na universidade, fui apresentado às obras de Graciliano Ramos e fiquei fascinado com a narrativa de “Vidas Secas”. A leitura me levou a um trabalho de conclusão de curso. Depois, na especialização, a obra “Os velhos marinheiros ou O capitão-de-longo-curso”, de Jorge Amado, me cativou. Contada em tom de histórias de marinheiro, a narrativa aborda o mundo aventuroso dos marinheiros, em que não se distinguem verdade e fantasia, sonho e realidade.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Bienal do Livro



Alunos da Escola Estadual Onélia Campelo na 9ª edição da Bienal  do Livro de Alagoas, turmas C e D, turno vespertino. Uma tarde em contato com o mundo dos livros e também com várias outras opções de cultura e lazer, evento realizado no bairro de Jaraguá.







Pibid/Letras da Ufal lança jornal digital com alunos da Onélia Campelo

Texto:  Ricardo Pereira


          Com esta publicação, pretendemos levar ao conhecimento da população os resultados obtidos do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo à Docência – Pibid/Ufal - Subprojeto Letras/Português, nesses dois anos na Escola Estadual Onélia Campelo, no Santos Dumont, nas turmas de 7º, 8º e 9º anos, turnos matutino e vespertino. O programa proporcionou momentos de integração, estudos, reflexões e discussões sobre o letramento na escola e narrativa transmídia Além disso, no âmbito escolar, foi produzido um jornal digital que será lançado a partir de fevereiro de 2020.
          Inicialmente, formos levados a conhecer a realidade local. Foi feito um diagnóstico etnográfico da escola, detectando os problemas que interferem no processo ensino-aprendizagem, e elaboração de estratégias, metas e ações para superar os desafios encontrados. Dentre as principais questões do diagnóstico, ressaltamos: superlotação das salas de aula, violência (dentro e fora da sala), bullyng, poucos recursos tecnológicos, ausência dos pais no acompanhamento dos alunos e na vida da escola, entre outras.
          Com o objetivo de aproximar os estudantes da literatura (via livros ou produtos transmidiatizados), os bolsistas do Pibid desenvolveram relatos de experiência sobre a leitura. A ideia era incentivar a leitura como recurso pedagógico e despertar os alunos para o ato de ler e produzir textos, valorizando a cultura deles e fortalecendo a autoestima como ponto de partida ao letramento. O desafio maior era desconstruir mitos do tipo: “eles não gostam de ler, eles não gostam de escrever”, despertando entre os estudantes o lado lúdico da leitura, mostrando que o hábito de ler pode ser adquirido de forma prazerosa.
          Como a nossa biblioteca está limitada a livros didáticos, o desafio foi adquirir os títulos escolhidos pelos alunos para se trabalhar o projeto de leitura em sala de aula. Pensando nisso, os coordenadores do Pibid disponibilizaram aos alunos o QR Code. Esse recurso facilitou o acesso aos livros. Era só ter à mão um smartphone, capturar a imagem do código através do celular, e ter acesso aos textos das obras selecionadas. Para isso, foram disponibilizadas instruções sobre como usar esse código.    
         A culminância do nosso projeto acontece com a produção do jornal digital “Santos Dumont: nossa escola, nossa história, nossa vida”, cuja edição traz várias produções dos nossos alunos: tirinhas, crônicas e notícias sobre a escola e o bairro. A atividade contribuiu na interação dos estudantes com os problemas da realidade escolar e da comunidade local. Muitos alunos  que não se envolviam antes com as tarefas de sala de aula foram motivados a produzir textos e a trabalhar em equipe. 
         Por outro lado, como professor, o Pibid me proporcionou inovar a minha prática pedagógica, dando enfoque à multimídia. Nas minhas aulas, se fez necessário uma mudança de postura, fazer diferente, ousar. É de suma importância acreditar na educação e na importância dos professores como sujeitos capazes de formar leitores comprometidos com a sociedade. Afinal, a missão do professor é regada de fé, de abnegação, mas acima de tudo de muita responsabilidade social. 
         Enfim, deixo um forte abraço aos companheiros(as) pibidianos(as), estudantes da Onélia Campelo, professores coordenadores e supervisores do Pibid de Letras/Ufal.  Chegamos ao final de 2019 com muito a comemorar:  o sucesso  de um projeto exercido pela ativa participação de todos os envolvidos. Acreditamos em um 2020 ainda mais promissor. Faremos muito mais juntos. Obrigado a todos e um ano novo feliz, cheio de realizações pessoais e profissionais.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019


Jornal falado das turmas  nonos anos C e D/ 2018
ESCOLA ESTADUAL ONÉLIA CAMPELO – SANTOS DUMONT
Língua Portuguesa - Professor Ricardo Pereira

           Registrar as experiências vividas na prática cotidiana da sala de aula é tão importante quanto planejar as aulas e os conteúdos. É um dos principais instrumentos para refletir sobre o trabalho desenvolvido. Anotar impressões, as descobertas, os aspectos que funcionaram ou que não funcionaram durante as atividades permitem pensar sobre o que se fez e sobre o que se pode melhorar.

EIXOS TRABALHADOS
Oralidade, expressão corporal/ escrita.
UNIDADES TEMÁTICAS
Interação discursiva/intercâmbio oral no contexto escolar.
Produção de textos orais em situações específicas de interação.
Estratégias antes da produção do texto, durante e após.


OBJETOS DE CONHECIMENTO
Exercitamos o domínio de habilidades de leitura e de escrita, conhecimento das ferramentas tecnológicas, a exemplo da filmagem (via celular) e edição de vídeo.
Planejamento do texto e entrevistas.
Procedimentos linguístico-gramaticais e ortográficos.
Revisão, reescrita e edição do texto.


CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO


            Partindo do estudo e análise do gênero notícia, os alunos produziram um jornal falado (telejornal), compreendendo como ele é organizado e a importância da sua função social. A atividade também permitiu à turma a produção de textos jornalísticos e a identificação das características do gênero textual jornal falado e entrevista. Em uma experiência como essa, os estudantes vivenciaram o trabalho em equipe nas múltiplas funções de um jornalista na redação de um jornal: pauteiro, redator, editor, cinegrafista e apresentador.
            Por meio de um roteiro escrito, simulou-se um telejornal para tratar de assuntos relacionados à escola, a exemplo da importância de se conservar o patrimônio escolar, dando vez e voz aos alunos. No final, a classe apresentou um vídeo destacando os principais problemas da escola Onélia Campelo, enfatizando a necessidade de melhorias dos banheiros, consertos dos ventiladores, entre outras reivindicações. Vale também ressaltar a contribuição dos alunos do Pibid/Ufal de Língua Portuguesa, orientando os estudantes na produção dos vídeos.


segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Estudantes da Onélia Campelo trabalham a literatura de cordel em sala de aula

    

Hoje, 3 de setembro de 2018, iniciamos as atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) - Língua Portuguesa, na Escola Onélia Campelo, no Santos Dumont, onde recebemos 10 alunos bolsistas do curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas - Ufal.  Eles foram apresentados à turma e se pronunciaram sobre suas expectativas em relação ao trabalho a ser desenvolvido na escola.  Em seguida, fizemos uma sondagem com os estudantes das turmas 9º anos C e D, turno vespertino, procurando saber quais as principais dificuldades em relação ao aprendizado da disciplina Língua Portuguesa. No geral, a grande maioria destacou deficiência em interpretação de texto, redação, pontuação e leitura. Muitos não têm o hábito de ler e não vê a leitura como ato prazeroso. O desafio maior é formar leitores e produtores de texto, uma vez que a leitura possibilita a aquisição de conhecimentos, auxilia na argumentação e na reflexão, além do enriquecimento no vocabulário, facilitando no momento de escrever um texto e até ajuda a desenvolver o senso crítico diante da realidade que nos cerca.
           Na turma do 9º C, especificamente, estamos trabalhando o Projeto Leitura e Escrita, que faz parte do calendário escolar, com a temática Literatura de Cordel. Uma forma de estimular o hábito da leitura entre os alunos. A turma foi dividida em quatro grupos com o objetivo de produzir um painel com a história, surgimento e principais características da literatura de cordel, além de criar um cordel com a vida da patrona da escola, Onélia Campelo; confeccionar um cartaz com xilogravuras xerocadas e a produção de um roteiro para entrevista com o cordelista e professor  Cristiano Kriko.

Ricardo Pereira     















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